23/10/2012

Deve o Basket dar um passo atrás? Se for para dar dois à frente..

   A infeliz ocorrência no jogo de sub 14 dos Salesianos deveria fazer-nos reflectir a todos sobre as suas causas. A essência do problema só pode ser: maldade dos intervenientes ou falta de dinheiro do clube para conseguir cumprir as inscrições de todos os que participam na actividade desportiva. 
   Sem falsa modéstia, julgo ser um dos dirigentes com melhor conhecimento da realidade do basquetebol em geral e do alentejano em particular. Assim sendo, não tenho dúvida alguma que a essência do problema é a enorme dificuldade com que todos os clubes se estão a deparar, para manter os seus jovens em actividade. Estar todos os dias num pavilhão, conhecer as crianças e os seus familiares, ganhar gosto por todos e não conseguir responder positivamente aos seus anseios, gera um enorme frustração. 
   Posto isto, há que tomar decisões. Uns desistem, outros encontram mais pessoas e dinheiro e conseguem manter-se e outros como nós, optam por maximizando os poucos recursos humanos( de enorme qualidade) e com o apoio de pais, amigos, treinadores, colocar todos os jovens a praticar.
   Só assim tem sido possível manter seis escalões em actividade.
   Inúmeras vezes quem acompanhou os jovens foram os pais. Estes já fizeram de motoristas, treinadores,dirigentes, mas também de árbitros e oficiais de mesa!  Nestes dias ninguém clamou?!
   Se assim foi, quebraram as regras, dirão alguns! Não inscreveram o fulano A ou o B!
Era assim que funcionava o desporto há umas décadas atrás. Com amigos "carolas", que graças à sua generosidade, contribuíram para os adultos de hoje lhes devam esse esforço e não se esqueceram deles! Na altura éramos um país pobre,agora...
   Assumo, porque acredito, que o desporto em geral e o basquetebol em particular, terão que regredir um passo, para daqui a uns anos avançar dois. É essencial manter a qualidade de ensino dos jovens, ser exigente com os valores de exigência e responsabilidade. Teremos que fazer o máximo possível com o menor custo possível. É imperioso cortar as despesas que não afectam o jovem praticante. É decisivo pedir o contributo das pessoas que pedagogicamente sejam competentes e serão elas uma mais valia. As despesas reduzem-se no transporte para os jogos, nas actividades que eventualmente se possam prescindir e...nas taxas que se pagam às Associações e Federações. Só no mês de Outubro a André de Resende pagou à A.B.A. setecentos e cinquenta euros. Acresce o seguro,inspecção e selo da carrinha do clube. Ainda o gasóleo para os jogos.
Mas não inscrevemos a Ana Pinto nem o Duarte Ralha! E só temos um dirigente inscrito! Isso faz de nós uns irresponsáveis?
   Mas quem tem sido os puritanos que clamam o cumprimento de todas as formalidades? Os jogadores?, Os treinadores? Os dirigentes dos clubes? Não ! 
São os árbitros e os dirigentes Federativos/ Associativos! É preciso explicar porquê?
   O orçamento de Estado do próximo ano prevê um corte no apoio ao desporto de cinquenta porcento. Imagine-se o que acontecerá! 
O Barreirense, o F.C.Porto, o Lusitânia cumpriram todos os requisitos...já o CAB Madeira jogará toda a primeira volta do campeonato na Madeira e na segunda volta, quando vier ao continente fará todos os jogos de rajada! Isto sim...é cumprir as regras!
   No Alentejo também muitos clubes cumpriram sempre...
Ps. Como facilmente se entende, o episódio do jogo de sub 14 dos Salesianos foi apenas um acontecimento menor em que a treinadora nunca fez questão de se sentar no banco e o árbitro de bancada, que assinou como oficial de mesa, apenas retribui o favor a quem o nomeou formador de árbitros, quando o seu currículo indicava o contrário e as suas avaliações teóricas o colocaram sistematicamente no fundo da tabela classificativa.
                                                                                          Luís Francisco

12 comentários:

Anónimo disse...

Prof. Luis Francisco, não culpe todos os árbitros/oficiais de mesa do alentejo por esse comportamento. É costume o senhor colocar todos no mesmo saco. Este ano o senhor vai sentir saudades daqueles que se fartou de criticar.
Força André Resende!

Anónimo disse...

Incluem-se nos árbitros do Alentejo muitas pessoas que admiro e muito. Tenho por eles a admiração de quem dá o seu melhor em prol dos outros. Não confundo 2 ou três árbitros/oficiais de mesa, que por exercerem funções há mais anos adquiriram, mas sem nunca subirem no nível competitivo. Se nomes como José Fernandes, Aires de Sousa entre os que abandonaram,foram uma referência, já a esmagadora maioria dos árbitros que começaram e/ou recomeçaram, são de um nível cultural e postura desportiva que não se coaduna com os restantes.
Mas termino com um exemplo significativo:
Os bons árbitros preocupam-se se interpretaram os lances mais difíceis de ajuizar. Preocupam-se se lhes correu bem ou mal. Os maus, preocupam-se com quem está sentado e onde, quanto recebem de prémio e onde vão almoçar!
Ou não?
Mas a ver a evolução do basquetebol no Alentejo, também acredito que vou ter saudades.
Com efeito na época de 2011/12 NÃO TIVE NENHUMA ARBITRAGEM que entendesse ter sido prejudicado com má intenção. E a boa época dos sub 16 da André de Resende está intimamente ligada a ter árbitros de qualidade e honestos nos seus jogos em casa e fora!
Como vê o anterior amigo, está errado naquilo que julga que eu penso!
nota: Pedro Marques e Filipe Orvalho, se forem acompanhados pelo Sr. Coincas serão árbitros de categoria nacional!
Eu contra os árbitros? Sim...os incompetentes e mal formados!
Luís Francisco

Anónimo disse...

Pedro Marques e Filipe Orvalho , se tiverem a paixao pela arbitragem como tem quando estao a jogar pelo seu clube , serao de certeza bons arbitros ,acompanhados seja por quem for.

Anónimo disse...

Baseando-me apenas no que tenho lido, sinceramente, não vejo motivo para tanto alarido. O que percebi, ate agora, foi o seguinte (peço desculpa se estiver enganado):
- A treinadora da equipa B solicitou para não se sentar no banco de suplentes, ficando sentada atrás deste, tal como o treinador da equipa A o Prof. Jorge M.;
- Disseram que não podia ser;
- Ate aqui tudo bem pois a equipa B não tem treinador inscrito;
- "Leis" cumpridas;
- O jogo não se realizou.
Possivelmente, vou ser criticado por estar a fazer este comentário mas faço-o como adepto da modalidade e conhecedor da realidade e não como Oficial de Mesa pois ainda nem revalidei.
Eu que fui formado à uns quantos anos atrás (7 ou 8 não me recordo) pela primeira Oficial de Mesa Nacional do Alentejo, se não estou enganado, e que se esforçou para me transmitir, da melhor forma que soube, as leis da Federação. Posto isto considero-me um mau Oficial de Mesa. Não porque me ensinaram mal. Pelo contrário fui muito Bem ensinado.
Vejamos alguns casos de jogos que ajuizei:
- Em vários jogos não havia treinadores, ou porque não estavam inscritos ou porque não tinham nível para o determinado escalão (por nível entenda-se o nível 1, 2 ou 3 atenção!). Nestes casos as leis mandam que o treinador seja o capitão da equipa. Não me parece que tal tenha acontecido neste jogo em particular. Mas nesses jogos os treinadores sem nível, se lhes perguntarem todos se sentaram no banco, todos deram ordens, todos pediram descontos de tempo e substituições, quando na realidade não o podiam fazer. Mas eles lá foram ficando mediante a apresentação do bilhete de identidade ou cartão de cidadão, como preferirem. E ficaram devido ao meu bom senso pois em muitos dos casos deixar miúdos de 13 ou 14 anos (ou ate mesmo 16 ou 17) sozinhos no banco sem um adulto por perto não iria resultar lá muito bem, digo eu.
- Depois há uma linha que separa ate onde os treinadores podem ir de onde não podem. Mas eles lá vão passando. Linha essa que está nas leis da Federação. Será o bom senso, acho que não. Pois um treinador passar essa linha é perfeitamente normal, tão normal como ralhar com o jogador que sozinho debaixo do cesto falhou um lançamento na passada. E estar, constantemente, a mandar o treinador para trás cansa bolas.
(Cont.)

Anónimo disse...

(cont.)
- Depois há as pessoas nos recintos de jogo. As leis dizem que não pode mas elas estão sempre lá. Na André de Resende já vi, em Reguengos já vi, em Ponte de Sôr já vi, na televisão onde andam os fazedores das leis da Federação já vi e muitas deles crianças. Se calhar também é bom senso em deixar lá esses pais, mães, tios avós todo o tipo de familiares e afins pois tudo isso faz parte do ambiente e atmosfera do jogo, assim eu penso e vejo. "Ah e tal mas se um pai bater num arbitro?" das duas uma ou o desgraçado errou pra carambas ou o pai que fizer isso só pode estar maluco ao ponto de estar a prejudicar assim o clube do filho/a. Digo eu. Só nesse caso, sim, acabaria com as pessoas nos recintos de jogo e fazia jogos à porta fechada como em Almada ou Setúbal. Acho que, nós por cá, ainda não chegamos a esse ponto.
- Depois, e se todos os juízes de basquete cumprirem as leis à risca, há aqueles pequenos por maiores que escapam sempre. Mas se os fossemos cumprir nunca, mas nunca se realizaria um jogo de basquete. Passo a enumerar:
* Camisolas debaixo do equipamento de jogo (proibido! no entanto eu usava uma quando jogava e ninguém me disse que não. Por bom senso ou porque simplesmente não foram espreitar a ver se tinha? Isso já não sei responder);
* Mais, aquelas coisas de por nos dentes há quem use de todas as cores e feitios, as leis proíbem isso a não ser que seja incolor mesmo assim os malditos jogadores lá vão escapando com o bom senso;
* Depois há quem use umas meias todas bonitas da NBA branquinhas como a cal da parede, guess what, também não podem. Meias da mesma cor predominante do equipamento dizem as leis;
* Mais aquelas coisas, igualmente, bonitas que usam nos braços também tem de ser da cor predominante mas eles lá vão escapando a todos estes por maiores que sempre mas sempre iriam impedir um jogo de basquete.
Agora vão dizer que estou para aqui a transgredir as regras, quer dizer, leis e que sou isto e aquilo mas não. Simplesmente tenho bom senso e sou bom moço.
Isto tudo para dizer que, na minha modesta opinião, que mal tinha a rapariga em sentar-se atrás de um banco de miúdos?

Abraços e beijos, dependendo de quem esteja a ler

Rui Nepomuceno, juiz que, volto a frisar, ainda não revalidou mas que mantém o nº 3519

Anónimo disse...

Rui Nepomuceno
Parabéns pelo excelente texto que revela um o senso que num período de enormes dificuldades será preciso.
Todos nos lembramos do atleta e oficial de mesa sempre de uma educação esmerada e respeito pelos outros. Aprendeste o que de mais importante o desporto pode dar.

Anónimo disse...

Tudo bem. De facto é interessante. Apenas corrijo ( :) ), com alguma ironia, que o Jorge não é o treinador daquela equipa... interessantemente, sou eu: a estrear num clube!

João Ponte e Sousa
PS: Haja vontade de nunca desistir, e ganhar "um lugarzinho no céu"!

Anónimo disse...

Então se o Jorge nao era o treinador, tinha o mesmo direito de estar lá como a Ana, no entanto parece que certas pessoas so olham para o lado que lhes interessa, com o intuito de prejudicar terceiros

Anónimo disse...

Rui Nepomuceno: Juiz que ainda não revalidou.
1º não és tu como oficial de mesa que tens de DEIXAR ou NÃO o jogador com meias, camisola interior ou outros adereços jogar, é o árbitro. E nos jogos que fiz contigo TU sempre me chamaste a atenção que aquele ou outro jogador estava a usar camisola, meias ou outros adereços e que não podia jogar com aquilo, mas EU, e repito EEEUU sempre te disse em todos os jogos "Não me vou opor a nada disso". Por isso não te faças de bom moço ok?
2º E não revalidaste ainda pk? Tas à espera dos jogos em ponte-de-sor para ganhares mais em prémio de deslocação é?
3º Houve uma grande falta de bom senso nesse jogo de MIUDOS mas pronto...é a aprender com os erros que se cresce.
4º Força ANDRE DE RESENDE!!!

Anónimo disse...

Oh Rui...
Se nos jogos que tiveste como oficial de mesa os jogadores jogaram "desse modo" - fora da legalidade, então foi porque o ÁRBITRO PRINCIPAL teve bom senso...e não tu!!!
Não digo que não tenhas bom senso, mas arranja as tuas próprias situações, não te aproveites das situações que são da decisão do árbitro principal

Anónimo disse...

Senhores(as) anónimos(as):
1º Devem saber, tanto como eu, que a decisão do arbitro principal é tomada depois da equipa toda ter deliberado sobre o assunto ( os 3 oficiais de mesa e o os dois árbitros) nao é o arbitro principal que toma as decisões sozinho. Pelos menos lembro-me de nos meus jogos e nos que, possivelmente, fiz com o 1º anónimo de discutirmos sempre os assuntos todos e depois o arbitro principal falava em nome de todos;
2º ainda nao revalidei por motivos que só eu sei;
3º jogos em ponte de sor? Nao sou eu que me auto nomeio! As nomeações são feitas segunda-feira à noite pelo senhor Rui frasco e pelo senhor Valentim e enviadas Terça de manha. Nem muito menos pedi para nao fazer jogos em determinados pavilhões ou nao querer apitar com um determinado juiz como ja aconteceu. Quem me conhece sabe que na minha primeira época 90% dos jogos que fiz eram ao domingo às 08:00h nas pites, e eu estive lá em todos e nao me queixei! Por isso, ponte de sor Beja reguengos Portalegre portel ou na China se me nomearem vou! Por isso nao entrem por ai..

Rui Nepomuceno

Anónimo disse...

Bem falado, mas á ai alguns morando na localidade onde se realiza os jogos e colocavam km, para as deslocações do local onde tinham a residencia oficial. E mais não digo, porque sei muita coisa que não pode ser aqui revelada, só que infelizmente nos locais que se devem revelar, não são levadas em consideração.