RESULTADO HISTÓRICO
Jogar no Campeonato Nacional é sempre
motivador para os miúdos desta região.
Sem história, nos últimos 7 campeonatos nacionais, e
sobretudo nesta versão com etapas de qualificação, de qualquer equipa sub14
alentejana sequer vencer um jogo, estes miúdos fizeram história.
Um bom jogo de
basquetebol de formação Sub14 Masculino. Disputado, competitivo, dinâmico, com
altos e baixos para ambas as equipas. Da nossa parte, precisámos de corrigir
fundamentos táticos menos conseguidos na primeira parte, mas no final uma
vitória justa.
Uma arbitragem, sem falhas técnicas e com critérios uniformes
que permitiram um jogo “saudável” sem beneficiar qualquer equipa.
É preciso, dar ainda mais relevo ao desempenho desta equipa,
que tem jogado sempre condicionada a dois e por vezes três atletas sub12, dois
deles com apenas 10 anos e nem 1 ano de basquete. De todos os jogadores...uma postura irrepreensível.
Aos fantásticos
atletas deste jogo: Afonso Pereira; Dinis Ferreira; Gonçalo Madeira, Guilherme
Miguéns, Gustavo Antunes, Joaquim Barroso, Tomás Soares; Tiago António e aos
grandes minis Guilherme Veiga e Tiago Barroso.
Obrigado aos pais e familiares que motivam e suportam a equipa sempre com
energia e elevação.
Um resultado surpreendente, sim, apenas
só para quem não conhecia a equipa. Teria sido dispensável as “ameaças” veladas
de apoiantes e jogadores da equipa adversária aos nossos apoiantes e jogadores que
direta ou casualmente ouviram de passagem, para o que se passaria no dia
seguinte…
UM JOGO DECEPCIONANTE.
GALITOS FC 66 – GDRAR 43
Confesso, que apesar das condicionantes da nossa equipa, a qualidade técnica dos restantes fariam a diferença, como acontece em qualquer equipa, por isso não esperávamos sequer perder o jogo. Contudo, entraríamos sempre com a humildade e confiança de que é necessário sempre demonstrar em campo.
Confesso, que apesar das condicionantes da nossa equipa, a qualidade técnica dos restantes fariam a diferença, como acontece em qualquer equipa, por isso não esperávamos sequer perder o jogo. Contudo, entraríamos sempre com a humildade e confiança de que é necessário sempre demonstrar em campo.
Perdemos por culpa própria. Não
conseguimos responder, física e mentalmente às condicionantes do jogo.Não arranjamos desculpas para as derrotas. Nem
táticas como as “zonas”, nem técnicas.
Apenas poderíamos ter sido melhores.
Mas outras condicionantes do jogo foram tremendas para estes
miúdos e para toda a “comitiva”.
Contudo, no papel de formador/treinador/monitor/professor até
pai, uma derrota qualquer que seja, e neste caso envolvendo uma atividade
desportiva, no meio da revolta, frustração, tristeza deveria ser sempre um
momento de aprendizagem. A qual se retiraria do próprio jogo, mas não foi
possível. Deveria ser um grande momento de aprendizagem, não foi. Foi
dececionante como tudo decorreu. Porquê? Porque, pela forma como decorreu o
jogo, gerido pelos graúdos, não consegui dizer a estes miúdos alentejanos, para
a próxima vai correr melhor. Não acredito. Foi pena.
Aos resistentes atletas deste jogo: Afonso Pereira; Gonçalo
Madeira, Guilherme Miguéns, Gustavo Antunes, Joaquim Barroso, Tomás Soares;
Tiago António e aos grandes minis Guilherme Veiga, Ludwig Langa e Tiago
Barroso.
Aos pais que se comoveram com a nossa equipa, prestaram
auxílio médico precioso e de enfermagem. Um obrigado profundo aos familiares
que acompanharam os miúdos no sonho de chegar mais longe desportivamente…
SONHAR NÃO É PARA TODOS
É preciso criar alguma distância dos acontecimentos que se
passaram este domingo, na disputa pela qualificação dos sub14M para os poder
relatar com mais frieza e clarividência. Não quer dizer, que tenha razão. Faço
por isso, uma declaração de interesse, de que se trata de uma opinião pessoal,
individual, e que não implica o clube GDRAR, nem os atletas, nem sequer os pais
do Clube.
Contudo, seja reflexão ou desabafo a pergunta que se impõe é:
vale a pena?
Quando na semana anterior perdemos a final regional para o
BBC, que venceu bem ficámos obviamente tristes. Mas aprendemos imenso. Podíamos
ter ganho o jogo, mas como J. Wooden defendia, não foi preciso. A entrega ao jogo foi total e de todos, a
ponto que um dos atletas saiu nos últimos segundos com uma câimbra. Deram todos
o máximo, e sem incidentes.
Quando o jogo 1 deste sábado terminou com a
nossa vitória,ouviram-se frases adversárias do tipo: que arbitragem péssima;
vocês (GDRAR) nunca deviam ter passado; amanhã nem sabem os que vos espera…
A frustração na derrota é normal. No entanto, algumas
intervenções denotam, uma incredulidade de uma derrota no “Alentejo”. Seria
possível? Em jeito de humilhação, surpresa, ou apanhados no excesso de
confiança, arrogância… um pouco de tudo, talvez mal gerido.
O jogo 2 não começa bem para nós, culpa nossa.
Mas começa-se a perceber a falta de critérios uniformes nas faltas marcadas por
parte da arbitragem. As regras do basquete são iguais, devem ser iguais. Para
mim não faz sentido o que também já ouvi, ali deixam jogar, mais físico, aqui é
mais assim, bla bla bla. Balelas. Um jogador com bola é tocado pelo defesa
condicionando-lhe o movimento, é falta! Um jogador ganha o ressalto e protege a
bola, mas a agressividade da defesa dá-lhe dois estalos no braço e arranca-lha
a bola da mão, é falta! Não adiantam estas discussões.
O problema não é este. É que deixar jogar desta forma, a
agressividade pode crescer ao limiar da
violência. E isso é perigoso e condicionador do jogo. Os atletas, neste caso do
Galitos, não têm culpa, parece ser todo um sistema que se percebe, de permissão
e que num encontro deste nível etário impacta.
Mas ainda assim, o jogo foi violento? Não.
Mas não é preciso, bastam episódios. No segundo período, um
atleta da GRDRAR sai a sangrar do nariz após cotovelada, “sem falta” e está a ter acompanhamento médico no
balneário. No mesmo momento, outro
atleta, cai batendo violentamente com a
cabeça no chão. Fica por momentos inanimado e uns minutos sem responder. Todo o
pavilhão ficou suspenso. A médica da nossa equipa é chamada de urgência ao
campo para observar o atleta e após uns 8 minutos é retirado em braços na
horizontal.
Do nosso lado, todos os pais ficaram chocados e eu em
suspenso. E percebe-se que tudo vai ser diferente. Pensei inclusive, em sair do
campo e não continuar. A motivação cai a pique literalmente.
É nestas alturas, que devemos colocar o foco no que é
realmente importante. Por momentos, pensámos que o atleta poderia ficar com uma
lesão irreparável. Nem queríamos pensar nisso. Outros valores se levantaram,
i.é, não vale tudo. Os jogadores pensavam mais no colega que no jogo.
Por isso, este episódio marca a história
do jogo. Há um
jogo a decorrer até meio do 2º período e depois o resto do jogo. As equipas de
socorro e mesmo os dirigentes do Galitos foram muito prestáveis nesta fase. Mas
não será preciso muito mais para que o Gatitos vençam folgadamente, os dados
ficaram lançados neste momento.
O árbitro, entretanto, esclarece-me que o atleta caiu
sozinho. Ora pois, cai na horizontal sozinho. Nada a dizer.
O que tenho de retirar é esta permissividade que chega a
retirar dois atletas relevantes de campo lesionados em formação sub14 M! Um
acaso, talvez, mas mesmo a calhar.
Dirão os adversários, isso pode acontecer. Pois, acontece,
mas o que se sentiu que foi permitido e
escalado. Não nos pareceu até essa altura um jogo uniforme, claramente dual e
com falhas técnicas de arbitragem que não me lembro de ter visto.
Exemplos. Um jogador do Galitos está na linha de lance livre
e lança a bola. O meu jogador atrás da linha de 3 pontos, sai ao bloqueio, o
lance livre é falhado e o arbitro repreende “alto” ao meu atleta que só pode
sair quando a bola toca no aro!!
Um jogador do Galitos irá repetir duas vezes este lance até marcar,
porque o meu jogador entrará para o bloqueio duas vezes pq. não percebe a regra
que ninguém lhe ensinou e não existe.
Um jogador do Galitos, simula que lança no lance livre, os
meus jogadores entram ao ressalto e o arbitro, fala aos meus jogadores que não
podem entrar ao ressalto e manda repetir o lançamento. Que converte. Quando na verdade, a bola é para o adversário.
Um jogador do Galitos faz dribles, apercebe-se e pára. E
depois prossegue. Jogadores reclamam e
eu levanto os braços. O árbitro explica-me que se trata de um drible “não
intencional” (não me recordo do termo técnico utilizado), nunca tinha
ouvido! Direi eu, se um jogador não
intencionalmente escorrega, às vezes por causa do piso, é marcado passos. Afinal, que é isto?
Quando ao intervalo, o atleta que caiu ainda a recuperar
chorava porque queria ajudar a equipa, os colegas percebiam que não poderiam
ganhar hoje. As condicionantes do jogo foram muito altas. Houve um misto de
emoções muito elevado. Fazer recentrar os atletas no jogo, com o que tinha
acontecido mais os critérios dos arbitro foi tarefa impossível. Até poderiam
ter vencido, e pela margem necessária, mas não havia necessidade.
Sem alimentar qualquer polémica, o desporto continuará. A
força das Associações prevalecerá, nem que seja capturando árbitros nesse
sistema. São eles que muitas vezes em formação especialmente, ditam as
dinâmicas dos jogos.
Posso dizer que este é o meu segundo ano à frente de equipas
de formação. E como estagiário de grau I de uma equipa no Alentejo, sabemos o
que é perder. E sabemos perder. Perdemos muitas vezes no campo em competições
nacionais, mas perdemos mais sem espaços suficientes ou condições para treinar;
quando não há treinadores de basquetebol modernos e conhecedores do jogo
espalhados pelas cidades alentejanas com motivação para ensinar; quando por tudo isto não se conseguem atrair
atletas para a modalidade, e o nosso maior sonho é conseguir anualmente fechar
equipas de formação com 10 atletas. Ter 4 equipas sub14M, em que três apenas se
fecham com subidas de escalão sub12, num campeonato com dois distritos é o
rosto da nossa competitividade. E talvez seja de repensar.
Mas, porque é que não se aprendeu com a
derrota?
Porque quando terminou os jogadores questionavam-se, se eventualmente
para o ano se mantiverem juntos, e um crescimento desportivo possível no
Alentejo que lhes permita ganhar o campeonato regional, acederem a uma
eliminatória de qualificação no Campeonato Nacional e se por acaso, um grande
acaso de variáveis de esforço, talento e sorte, ganharem um 1º jogo contra uma equipa de uma
associação forte, consideram que passam? Não. Ninguém acredita que alguma vez passará.
Talvez por isso tudo, eu já esteja a repensar a continuidade
deste projeto pessoalmente.
Sei, no entanto, que os jovens movidos pelo sonho, e se
animarão outra vez, pois de oura forma desistem, e é possível.
Por isto, da forma como decorreu, tratou-se de um jogo cujas circunstâncias
até se pode confinar a esse jogo, mas a meu ver plasmou-se a arrogância e poder
de associações. Uns corroborão com histórias parecidas/conhecidas, outros
contestarão. A perceção é a que é. E verdade também.
Não queremos nunca ser levados ao colo, queremos talvez como por
exemplo, a AB Guarda, AB. Viseu ou outras associações em regiões desfavorecidas
ter o direito a sonhar. E ser acarinhadas por quem tem responsabilidades neste
desporto e tem esse poder.
Uma equipa destas associações, mesmo se pontualmente chegar
um pouco mais longe dá esperança, aos próprios, ao trabalho que é feito
no Clube, à Associação e no limite à modalidade. Diz-nos cá dentro o seguinte,
mesmo se praticares o basquetebol em território desfavorecido, com 8 jogadores
por escalão, sem um miúdo alto, com 4 equipas e por vezes pouco competitivas,
sem treinares em campo inteiro, em cidade sem um pavilhão municipal, podes
chegar longe. Trabalha mais que os outros, melhor que os outros, até onde
conseguires…haverá limites!
Por isso, perdeu-se a oportunidade, e não deu para aprender
no aspeto competitivo. Teremos de pedir desculpa porque quando o jogo terminou
não conseguimos ficar para o nosso grito, aplaudir os vencedores, aplaudir os
pais, retiramo-nos do campo e já sem outras ilusões.
Ficámos, sim com amizade reforçada, atestadas nos abraços que
os jogadores deram ao colega e entre si, e aprendeu-se sim, que há coisas bem
mais importantes que a vitória.
Texto de Nuno Antunes
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