27/02/2011

Direito à indignação

   No final do jogo contra o Beja Basket, fui confrontado por alguns atletas  adversários (felizmente a minoria) com acusações infundadas, aliás no seguimento do que já havia ocorrido no jogo da primeira volta. A forma como o fizeram foi pouco educada e nem respondi, mas como o capitão de equipa Nuno Lourenço o fez de forma elevada, merece como tal a minha resposta.
Afirma Nuno Lourenço que a André de Resende tem muitos jovens com potencial, defendem com grande agressividade, mas que a qualidade é fraca, razão pela qual estão no último lugar. Afirma ainda que tal é da responsabilidade do seu treinador .
   Não poderia estar mais de acordo com esta análise e todos nós que constituímos a equipa sénior temos essa consciência. É aliás com essa noção que perdendo ou ganhando, saímos sempre de todos os jogos com a noção que demos sempre o nosso melhor para atingir a vitória. Foi com este espírito que vencemos alguns jogos nestes dois anos, um dos quais deu muito jeito ao Despertar, quando vencemos a equipa de Quarteira. Foi assim este ano em Beja, quando obrigámos o nosso adversário a respeitar-nos mais, pois apenas venciam por 6 pontos de diferença ao intervalo.
   Estes jovens da André de Resende ouvem dos seus treinadores que nunca serão profissionais de basquetebol, pois os objectivos são claros: concluir uma licenciatura e se possível jogando basquetebol. Foi assim que quatro dos nossos atletas do ano passado foram dos melhores da sua escola e imagine-se…do país! É este o nosso orgulho!
Mas falemos de basquetebol.
A equipa da André de Resende defende com grande agressividade e por vezes comete faltas em excesso (quando defende mal). É verdade!
   Entendamo-nos sobre o que é agressividade nesta modalidade: Pressão sobre a bola ou nas linhas de passe, sobre-marcando os jogadores exteriores ( o que eventualmente torna o jogo mais físico, não violento),  bloqueios defensivos que impeçam os adversários mais altos ou mais fortes de ganhar novamente a posse da bola. Se é isto que o nosso adversário me acusa, declaro-me culpado!
    Acusa-me ainda Nuno Lourenço de reclamar em excesso com os árbitros. Mais uma vez, declaro-me culpado! Com efeito e por temperamento mais impulsivo, por vezes dou por mim a reclamar mais do que devia. É alias este facto que justifica ser-me averbado UMA FALTA TÉCNICA por ano e nesta época já a atingi em Tavira! Mas repare Nuno Lourenço, como temos muitas equipas e poucos treinadores, oriento mais de 80 jogos por ano em vários distritos e mesmo em Espanha, para onde somos convidados todos os anos.
 Na sua análise não existe nenhuma referência a intervenções violentas por parte da minha equipa, o que sejamos justos, nem da equipa de Beja. Mas ouvimos alguns atletas de Beja insultarem os jovens da André de Resende, agarrarem a camisola, esmurrar a bola contra a parede, utilizar linguagem pouco condizente. Os nossos jogadores podem driblar, passar e lançar mal e eu um treinador de poucos conhecimentos, mas somos TODOS pessoas educadas e acredite, esses são aquisições bem mais valiosas. NUNCA insultei nenhum árbitro e/ou adversário e não estarei de acordo com qualquer acto de violência física ou verbal por parte dos meus atletas, logo nunca diria a um atleta meu que o fizesse. As centenas largas de jovens que tive o prazer de treinar ao longo dos anos sabe isso e por tal mantenho amizade com eles e com a maioria dos treinadores adversários, inclusive com árbitros, destacando Aires de Sousa, com quem privei mais nos últimos anos
   A critica à qualidade do treinador e/ou do jogador têm que se aceitar, mesmo que delas possamos discordar, mas as considerações pessoais só podem ser consideradas levianas, tal como os insultos em campo. Não recordo de privar com o Nuno Lourenço em nenhum momento, nem com qualquer dos seus amigos que durante os dois jogos entenderam que a ofensa era a melhor arma. Não nos conhecemos, não somos próximos ou temos a mesma profissão, pelo que não que as suas ofensas não me beliscam. Como pelos vistos o Sérgio Rosmaninho também nunca foi chamado para trabalhos de selecção, nunca devem ter privado. A ele sim, conheço-o e é meu amigo, pois trata-se de um jovem educado, honesto com tudo, leal e empenhado na educação dos seus jovens. A Vossa ofensa só vos fica mal.
Nota 1 : João Bernardo eventualmente lesionou o seu adversário numa entrada para o cesto, sem qualquer maldade. Deveria ter pedido desculpa e se não o fez, a explicação estará no facto de ter sido o primeiro a sair do pavilhão triste com o sucedido. É do tipo de miúdos que como ser humano é irrepreensível. Mais uma vez a insinuação é torpe.
Nota 2: Recordou Rui Nepomuceno que na época 2008/2010 a equipa de sub 16 masculina do Despertar disputou um jogo nas nossas instalações onde perdeu por noventa pontos de diferença e no final vandalizou uma bicicleta estacionada à porta do pavilhão. A coincidência é que era o veículo do árbitro. O Conselho de Disciplina da A.B.A. e o Conselho de Arbitragem acusaram a André de Resende do ocorrido. Não recordo de nenhum dirigente do Beja vir a terreiro! No jogo em Beja do mesmo escalão, apesar de o nosso clube apresentar outros atletas, pois no mesmo dia estávamos em Espanha no Torneio de Almendralejo, a carrinha da André de Resende foi “tingida” de verde com secreções nasais. Não justificava um pedido de desculpas?
Mas não confundamos uma minoria, com a maioria dos atletas e dirigentes de Beja, pois são um exemplo na dedicação ao basquetebol e deles se podem rever não apenas no exemplo de Luís Caramba, mas de muitos outros, que sem poder nomear todos, muitos estão na equipa sénior.
Nota 3: Não posso terminar sem afirmar que desejo sinceramente que o Beja se apure para a fase seguinte e que siga em frente, se possível subir de divisão. Este desejo estende-se igualmente aos Salesianos, onde jogam vários amigos meus, mas que sabem que quando jogo contra eles, tento sempre a vitória, apesar dela me sorrir poucas vezes!   
Nota 4: Realizamos este fim-de-semana o último jogo do campeonato e só um clube nos acusou de comportamento anti-desportivo. Coincidência?
Luís Francisco

1 comentário:

Nuno Lourenço disse...

Para terminar com esta troca de palavras que a nada leva queria apenas dizer-lhe Luís Francisco que acho que não deve defender a agressividade dos seus atletas com o “má educação” dos meus colegas. Independentemente de condenar o comportamento em certos momentos de alguns colegas meus, também sei que não é fácil estar a “levar porrada” constantemente como é o caso do atleta a quem vocês se referem que por acaso não só é meu colega como grande amigo e uma pessoa magnífica, se conhecessem fora dos recintos desportivos teriam a oportunidade de concordar comigo. Apesar disso não defendo e até condeno algumas atitudes que o João, sem no entanto referir que ele não as tem sem motivo. O Luís fala e muito bem que a André de Resende forma seres humanos com a ajuda deste desporto que tanto gostamos, não podia estar mais de acordo consigo, tanto assim é que o nosso clube se rege também pelas mesmas diretrizes e temos muitos casos desses como por exemplo o Caramba (eng.topografo), o Carlos Guerra e eu (Eng. Informáticos), O Pedro Honorio e o Tiago Severino (ambos a frequentar cursos Superiores), o Pedro Maximino (Licenciado em Educação Física). Mas também acho que não é preciso ter um curso superior para ser “bem educado”, basta por exemplo dar um simples “Bom dia” no jogo de Sub-14 que decorreu este domingo em Beja, mesmo sem conhecer as pessoas (tal como você diz que não me conhece) acho que não ficava mal esse gesto. Pois mesmo não concordo com a sua atitude enquanto treinador fui cumprimenta-lo no fim do jogo em Évora e se no jogo dos Sub-14 de Domingo tivesse sido eu a ir ter onde você estava, também o cumprimentaria, pois ao contrário daquilo que o insinua mal-educado é algo que nunca fui nem sei.
Para terminar quero retificar algo que disse em relação ao Sérgio Rosmaninho tem toda a razão não nos “cruzámos” na seleção regional, foi sim quando tirámos o curso de treinadores em Reguengos. E concordo consigo em relação ao Sérgio, do pouco que conheço enquanto pessoa não tenho nada a apontar, apenas critico alguns comportamentos que tem em campo, mas como já vi que para vocês é normal colocar agressividade nos lances apenas por serem mais novos e baixos, não vou insistir mais.
A sua personalidade fica mais uma vez refletida quando vem enumerar situações em que claramente atletas do antigo clube de basquetebol de Beja tiveram comportamentos repudiáveis e altamente criticáveis, parecendo que com isso já pode justificar o seu comportamento durante os jogos. São duas situações criticáveis e uma não serve de pretexto para a outra. De certo que com as pessoas que estão á frente do BBC, se algumas dessas situações de repetir não só as pessoas serão chamadas á razão como o BBC tornará público um pedido de desculpas, não tenha dúvidas disso.
Quanto ao “miúdo” que me deu a joelhada o facto de estar triste com a derrota e acredito que estivesse e também não duvido que seja um bom rapaz não justifica o facto de não me ter pedido desculpa, bastava ter-se dirigido a mim quando me viu no chão e tê-lo feito. Relembro-lhe que esta situação aconteceu aos 3 min do 4 período. E se bem se lembra todos nos cumprimentámos no final. Mas para ser sincero acho que todos os atletas excepto o numero 9 apenas tem este tipo de comportamentos devido á sua postura, pois as suas constantes reclamações obviamente reflete-se nos seus jogadores, ainda para mais atletas tão jovens.
E que fique bem claro que a única coisa que repudio é a sua postura durante os jogos nada mais que isso. Para a instituição André de Resende aqui fica expresso todo o meu respeito e o respeito do BBC.