12/10/2017

"Particularidades" do Basquetebol do Alentejo: Ir à Noruega e voltar!


São muitos os que dedicam os seus tempos livres na causa do basquetebol do Alentejo. Quem nunca foi dirigente de um clube não imagina o tempo despendido, não a ver treinos ou jogos, mas a resolver problemas sem grande importância que alguém, só porque detém o poder do carimbo decide criar. As ajudas também são grandes, se não implicarem apoio financeiro. Começam aí as diferenças entre clubes e regiões.
   Esta época a André de Resende não reuniu 200 euros mensais para inscrever uma equipa senior feminina e nem conseguiu os 600 euros para disputar a 1ª divisão masculina. Com um orçamento de apenas 8.000 euros/época a André de Resende deve ser um dos clubes do país com o orçamento mais baixo para o número de atletas e equipas que apresenta. Os seus rivais nas diferentes competições chegam ao pavilhão eborense em autocarros cedidos pelas autarquias e os valores das inscrições foram suportados por estas. Se a tudo isto juntarmos que não sendo a André de Resende o clube alentejano que mais quilómetros faz em viagens, atente-se nestes números:
 Seniores masculinos na 1ª fase de competição: 490 km a Portimão e Ferragudo, 460 a Albufeira  por duas vezes, 440 a Quarteira, 160  a Grândola, 280 km a Santo André, 90km a Reguengos    ..............total:          2890 km
Na competição regional a decorrer até dezembro:
Sub 19 femininos......................448 km
Sub 18 masculino....................334 km
Sub 16 masculino....................616. km.
Sub 14 feminino : ....................368 km
Sub 14 masculino:....................420 km
Total 5.076 kms
Em 8 jogos de preparação já contabilizámos  2280 km:
Setúbal 200kms, Ponte Sor 480 km, Ferragudo 490 km, Queluz  (2 jogos) 560 km, Badajoz    280 Km, Almendralejo  270 km.
Nesta 1ª fase de competição o clube registará  7.356 km.
Significa ir de Évora a Oslo (3.481 km) e voltar, dando ainda um passeio por...Berlim(?
Esta é uma realidade que por vezes até no Alentejo algumas entidades ignoram ou esquecem. Alguns acreditam que o basquetebol nesta região melhora de qualidade se o curso de treinadores de nível básico custar 250 euros. Acreditam que se os clubes pagarem arbitragens  aumentam as equipas ou clubes. Outros acreditam que nos sorteios das competições regionais se deve deixar o critério da sorte esquecendo as distâncias, num retrocesso claro pois a ABA é a entidade que melhor deveria conhecer estas especifidades !

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